Ano passado foi aquela correria pra terminar a faculdade. E nessa correria toda esqueci de contar uma história bizarra (sim, eu sei que minhas histórias sempre são bizarras). Gente. Tô aqui, viu? No meio desse caos eu sempre pensava que se a Marisa Lobo e o Malafaia conseguiram, eu também podia. Ufa, agora sou oficialmente uma psicóloga séria e renomada, vejam só:
Tem poucas coisas na vida que eu espero com afinco, entre elas estão esbarrar com o Tarantino, ver um mundo menos preconceituoso, conseguir tomar sorvete e comer pipoca todos os dias sem engordar e não ser perturbada às 07:30 da manhã quando estou indo para o trabalho em um ônibus lotado. Nesse exato momento do dia eu sou especificamente um zumbi e eu acredito que isso fica muito claro para as pessoas.
Estava no ônibus indo pro trabalho e milagrosamente surgiu um lugar vazio, fui correndo sentar. Reforcei minha cara de zumbi, peguei a História da Sexualidade do nosso querido Foucault para ler, coloquei o fone no ouvido para ninguém me perturbar e isso ainda não foi o suficiente para que a criatura do meu lado entendesse que isso é quase uma placa de NÃO PERTURBE.
Quando estava chegando no
lugar que iria descer, acordei do meu sonho e a criatura que estava sentada do meu lado sorriu. Fiquei com medo,
dei o sorriso monalisa mais sem graça que já existiu. Quando estava arrumando
minhas coisas (eu carregava o mundo inteiro na minha mochila) a criatura
sorridente diz pra mim:
Criatura Sorridente – Olá, tudo bem? Bom dia!
Thayz Zumbi- Oi. (Com a minha maior cara de susto)
Criatura sorridente – Você conhece a palavra de deus? (E me
entrega um panfleto)
Thayz Zumbi – E você? Conhece a Palavra de Foucault? (Ergo a
História da Sexualidade I)
A Criatura Sorridente faz uma cara de confusa e o sorriso
vai sumindo.
Thayz Zumbi – Bom dia pra você também, que Foucault te
acompanhe.
Thayz espantando pessoas simpáticas desde 1985.