quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fim da Violência contra a Mulher

Quando cheguei em Curitiba, lembro que todos queriam que meu namorado ficasse aqui e eu morasse no interior com os pais dele, pois dessa forma ele juntaria dinheiro o suficiente pra me sustentar. Eu achei estranho, falei que não era necessário, pois eu me sustentaria, ora bolas! Me perguntaram como já que eu tinha uma faculdade pra pagar (e acharam desnecessário eu fazer a faculdade, seria melhor trancá-la), até que eu falei: gente, eu vou trabalhar e ganho muito bem no que eu faço. O queixo de todos cairam e formaram uma cratera no chão, ninguém tinha imaginado que eu iria trabalhar e fazer faculdade, era demais para uma mulher. E foi assim que eles descobriram que eu não era uma mulher que iria ficar dentro de casa cozinhando, lavando e esperando ser sustentada pelo namorado.
Quis relatar esse caso, pois pra mim isso é um tipo de violência sim! Esse é um dos tipos de violência que as mulheres sofrem todos os dias e esse tipo de conceito é que forma ações violentas, aquelas que todos nos preocupamos: agressão física e a morte.
Eu quero falar dessa violência silenciosa que é formada todos os dias na sociedade. Sim, todos os dias formamos mais homens e mulheres machistas, que acham que lugar de mulher é no fogão mesmo, que diabos a mulher vai se intrometer fazendo outro tipo de atividade? É o gene de dona de casa, minha gente! Todas as pessoas machistas acham que nascemos com esse gene: eu sou mulher e sou obrigada a saber e fazer serviços de casa. Ah, tem que ser magérrima e linda também, se não você não serve pra nada. É o conceito de mulher frágil que está aqui na terra apenas para procriar. Ok, podemos jogar fora as mulheres que não podem ter filhos?
Não estou criticando mulheres que querem ou gostam de trabalhos domésticos, o que incomoda é a obrigação de termos que fazer só por causa da vagina. E é nesse tipo de pensamento que acontecem as violências, as agressões e a mulher, como uma boa servidora do seu macho, é obrigada a aguentar. NÃO! BASTA!
O lugar da mulher é onde ela quiser, onde ela achar que deve ser, onde ela for feliz! Ninguém tem que acusá-la ou cobrá-la por algo que ela deve ser. Uma vez uma colega de trabalho falou pra mim que eu deveria ter nascido homem, já que eu sou tão "diferente" e tivemos o seguinte diálogo:
- Não acho que deveria ter nascido homem, eu adoro ser mulher!
- Mas, você não pensa como mulher...
- Eu penso como mulher sim, é você que pensa com preconceito em relação a mulheres.
- Mas, eu sou mulher! Como posso ter preconceito comigo mesma?
- Fazendo esse tipo de comentário, que mulher deve seguir um tipo de pensamento único só por causa do sexo, mas, se eu fosse homem eu poderia pensar o que quisesse. Isso é preconceito sim.

Minha colega de trabalho ficou constragida, ela realmente não percebeu o comentário sexista que havia feito, na verdade, ninguém percebe. Todos os dias construimos padrões e não entendemos que com isso acabamos criando uma cultura violenta e machista, a mesma cultura que gera episódios como esse: http://www.in-vestindo.com/2010/11/aonde-vamos-parar.html .
Meu nome é Thayz, sou feminista, luto todos os dias contra a violência da mulher. E você? Vai deixar que essa violência continue com você? Sua filha? Irmã? Prima? Cunhada? Tia? Com todas as mulheres que você ama?

2 comentários:

Cristiana Soares disse...

quem deveria ter nascido homem era sua colega de trabalho. hehe. porque ela sim pensa como os homens :)

muito bom post. a violência não é só porrada física. a silenciosa tb pode acabar com as mulheres.

Drixz disse...

Violência simbólica para mim é pior do que a física, pois essa é visível, a outra é silenciosa.